
Passados baldes d’água gelada jogados no lombo de nosso já vermelho Uno Way, seguimos o fluxo e aceitamos o fato de Porto Alegre nos fazer companhia por mais uns dias. Nada aflitos, não negamos que desde o início temos foco em estender sempre que possível o tempo de nossa viag(j)em. De forma ou outra, ter um tempo para conhecer uma pequena parte da capital parece colocar um sorriso em nosso rosto com tamanha facilidade que os revezes e pernadas pelas ladeiras quentes, atrás de papéis e consulados-nada-amigáveis, são esquecidos tão rapidamente quanto o ponteiro da gasolina chega próximo à sua reserva. Se não fosse o bastante, não dá pra esconder a alegria de transitar pelos cenários de Daniel Galera e a utópica Liverpool Sulista de Júpiter Maçã.
Nossa dobradinha do final de semana foi assim: resumida à Redenção do parque mais amado dessa cidade que nunca pára. No sábado, visitamos a FAE (Feira dos Agricultores Ecologistas) e no domingo, o Brique, ambas no Parque da Redenção.
Estranhos no ninho, assim nos percebemos por lá. Em poucos metros percorridos feira à dentro, já nos demos conta que frequentar o parque é mais que um hábito local: quase que passagem obrigatória nas manhãs dos finais de semanas Porto Alegrenses.
Com cheiro de San Telmo, em meio à relíquias, antiguidades e quinquilharias mais que vintage, foi na simplicidade dos artistas de rua que nos sentimos em casa e contando as horas para colocar nossa trip de volta à estrada.
Agora nos acalmamos, com injeções de adrenalina que nos levarão ao Chuí.
#7 Dobradinha a go go
Pedro Henrique Krug. Existe desde 1993, publicitário por formação. Está sempre com um livro na mão. Viajou diferentes universos com Kubrick, Lars Von Trier e Tarantino. Gosta de Beatles, mas também ouve Raimundos. Poderia ser filho de Alan Moore ou neto de Bukowski. Prefere os confeitos coloridos.

Pedro


