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Dia 1

Dirigimos de Porto Alegre ao Chuí, em estrada, quase que o tempo todo, não duplicada. BR 116, DUPLICA, DILMA. Comemoramos a cada ultrapassagem. Chegamos à fronteira uruguaia e ao parar o carro, o policial pediu nossos documentos, do carro e a carta verde. Perguntou para onde íamos, e eu, espertíssima, respondi “Uruguai”, “Si, si, pero...?” “Nueve cidades”. Eles achou graça e nos deixou passar.

 

Vinte minutos depois, chegamos ao Parque Nacional da Fortaleza de Santa Teresa, onde acamparíamos por 3 dias. Era perto de 18h e estava escurecendo, resolvemos montar acampamento. Demos demasiadas voltas (com e sem carro), até achar o lugar “ideal”, o mais perto possível dos banheiros e de um mercadinho (sim, o parque oferece um mercado completo).

Ficamos em uma área afastada do “miolo” onde todos acampavam. Acampamento montado, já estávamos morrendo de fome. Porém, antes que a chuva chegasse, fomos conhecer o banheiro. Me senti na Índia, ou algo do tipo, já que em uma das portinhas tinha um buraco no meio do chão e espaços para os pés nas laterais. Ufa! Ao lado tinha um banheiro normal (já para o Pedro, não tinha tanta opção, precisava usar o buraco no chão). Obviamente não levamos papel higiênico ao banheiro, poucos segundos depois de um xixi a la minuta vimos que um papel higiênico particular precisaria nos acompanhar a cada jornada. Saí do banheiro assim que pude, me esquecendo de dar uma olhada nos chuveiros, mas tudo bem, eu descobriria o esquema no dia seguinte.

 

De volta para o acampamento, junto de nós, a chuva. Fomos para dentro da barraca, cansados, sem muitos sorrisos ou bom humor. Deitamos no pedaço de colchão que levamos e pareceu a melhor coisa do mundo. Por ali ficamos. Nosso almoço tinha sido dois salgados de um posto em uma cidade que não sabíamos nem escrever o nome (algo como Camaquã), e agora eu comia uma bolacha passatempo. Com toda aquela chuva, envelopamos a barraca com lonas extras, e isso criou um iglu-sauna. Por algum motivo eu não me importava com o calor, com a chuva, com nada, e o Pedro se importava demais. O céu ficou preto em 2 minutos. Apagamos a lanterna e dormimos, sem banho ou simplesmente ir ao banheiro antes de dormir.

 

Dia 2

Acordamos com um barulho infernal de... pássaros-uruguayos-loucos. Nem lembrávamos que existia relógio. Fomos direto para o banho. Foi então que descobrimos “o esquema”. Eram uns 10 chuveiros de cada lado, todos separados com pequenas divisórias de plástico. Aquela hora da manhã, por sorte, o banheiro estava livre de humanos. Foi então que resolvi largar a vergonha e arriscar ficar totalmente pelada, para tomar um banho teoricamente-normal. Tranquila, no fim da ducha quase à céu aberto, uma menina entra. Ela liga o chuveiro e me pergunta se a água está caliente, respondo sem exitar que !Si! Quando olho pela divisória, percebo que ela está tomando banho de biquíni. Provavelmente eu nunca mais veria aquela pessoa, então terminei meu banho e me vesti.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Voltamos para a frente da barraca (que ainda estava parcialmente encharcada, devido ao temporal-relâmpago da noite anterior), e nos perguntávamos se a montagem estava certa, se não esquecemos nada, se toda as noites de chuva a barraca ficaria com paredes úmidas. Foi então que avistei, de longe, uma menina na barraca “vizinha”. Fui até ela. Com um portunhol enrolado, puxei papo, explicando que não tínhamos certeza se a barraca estava ok. Depois de alguns minutos, voltei para a barraca, sem que aquela conversa tivesse mudado ou acrescentado nada. Me sentei em uma cadeira e relaxei, enquanto Pedro “ia ali e já voltava”. Foi nesse momento que levei minha primeira cagada de pombo na perna.

 

O dia demorou para passar. Andamos por todo o parque (todo mesmo), pelas praias, áreas de camping distantes, mercados e verdureiras, cabanas e hostels, até que descobrimos um lago barroso, que gentilmente apelidamos de piscina. Nos jogamos do alto de uma pedra, mergulhamos e vimos que o lago era mais fundo do que nossa vontade de estarmos em uma piscina (ou, simplesmente: não dava pé). Nadamos até cansar. Depois de mais um banho e da janta (por volta de 19h), a menina da barraca vizinha aparece com seu namorado. Vieram ver se nossa barraca está ok e oferecem ajuda, caso precisassemos. Descobrimos que não estava tudo tão certo assim, então desfizemos alguns nós e arrumamos tudo novamente. Eles eram mais experientes em acampamentos e nos deram algumas dicas. Já podíamos passar por eles chamando-os de mi amigos, só agora percebendo que nem havíamos nos apresentado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estávamos sem dar notícias há muito tempo (quarenta-e-oito-horas) e resolvemos descobrir onde tinha internet, se é que existiria por ali. Dentro do parque vimos uma casinha chamada cybercafé (foto aqui) e descobrimos que era um investimento de 25 pesos uruguaios para usar meia hora de las carroças com Windows Vista. Aceitamos, era o que tinha (mas levamos nosso próprio computador). Na hora de pagar, entregamos o dinheiro e: “No, este no funciona” WHAT? Pois é, minha mãe tinha nos dado uns 12 pesos e trouxemos junto com o resto do dinheiro, não sei de onde ela tirou aquilo, mas era dinheiro velho. A mulher acabou deixando nossa conta em 20 pesos, ao invés dos 25, e todos riram. Foi tipo pagar algo com uma nota que não vale mais: 20 reais mais 10 cruzeiros (valeu, mãe!).

 

O céu estava escurecendo, o sol se pôs às 20h30 de uma maneira linda. Era o fim de mais um dia.

#8 Entre rutas e carpas uruguaias

Maria Cecília Manochio. Só de fato existe quando donnuts saem do forno. Publicitária por formação, roteirista e videomaker desde que veio o primeiro molar. Vive entre rolos de filme, vê sorvetes em chifres de unicórnios e viaja o mundo inteiro em cada noite de sonhos. Ainda vai em um show do Blink-182, mesmo que custe mais do que dois potes de moedas de chocolate.

 

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